A cirurgia bariátrica é sem dúvida um avanço da medicina para o tratamento da obesidade. Milhões de pessoas e se beneficiaram do método e continuam demonstrando a cada o dia novos benefícios relacionados à perda de peso e otimização metabólica.
Uma parte dos pacientes, contudo, padecem do reganho de peso pós cirurgia bariátrica e por este motivo surgiram alguns tratamentos que tem demonstrado cada vez mais benefícios para esses pacientes. São métodos reprodutíveis, eficazes e com evidência científica cada vez mais sólida.
É o caso do tratamento da anastomose gastroentérica com o Plasma de Argônio e das Suturas Endoscópicas para a diminuição do diâmetro dá anastomose (ligação entre o estômago e o intestino realizada pela cirurgia bariátrica prévia).
Tenho visto, no entanto algumas críticas isoladas a estes métodos, por pessoas que não os fazem e não os estudam. Tiram suas conclusões de leituras superficiais do assunto.
Nos estados unidos com suas cerca de 200 mil cirurgias por ano a cirurgia que mais cresce é a cirurgia revisional, mostrando que a cirurgia bariátrica, apesar de excelente, ainda deixa espaço para tratamento complementar em alguns casos. Há que se perceber a obesidade como a “doença do nosso século” de caráter crônico, progressivo e incurável (com os atuais recursos que temos).
Os que usam de ignorância e preconceito para tratar os pacientes dando a eles “só uma chance” de “curar” a obesidade, quando não “curam”, jogam a culpa no paciente…. Fácil, não?
A realidade é que a medicina como um todo negligência a obesidade e o que se vê são pessoas doentes e sem esperança e condenadas a um futuro de padecimento. Negligenciar esse assunto tem feito com que nossas crianças, nossos parentes e até mesmo os críticos do tema tenham ganhado peso de forma significante gradualmente.
Como em toda doença crônica e progressiva deve-se oferecer o tipo de tratamento adequado para cada fase evolutiva da patologia. É assim com o diabetes, a hipertensão, a coronariopatia, a apneia do sono, a artrite degenerativa, por sinal todas essas associadas a obesidade.
Ao lidar com a obesidade de forma primária apresentamos tratamentos isolados, não combinados, sem levar em conta a característica progressiva da enfermidade. Caso se logre um desfecho desfavorável, usamos logo a palavra “falha” e estigmatizados o paciente como o agente que falhou.
Aos pacientes dizemos, sem meias palavras, que ele que falharam aos métodos utilizados, damos de ombros e os deixamos órfãos. Em outras especialidades que tratam de doenças crônicas, os termos utilizados refletem outro paradigma. Esses pacientes são chamados de respondedores e não-respondedores.
Imediatamente quando o paciente não responde a um tipo de tratamento se oferece outro, de modo a controlar a evolução do quadro, não há órfãos.
Não se pode usar de ignorância e preconceito para tratar uma doença crônica. Há que se encarar o problema de frente e descobrir novos horizontes de tratamentos efetivos reprodutíveis e viáveis.
Essa é a proposta do tratamento com o Plasma de Argônio, das Endossuturas e da Endoscopia Bariátrica como um todo. (Texto inspirado na fala de um gênio brasileiro que muito nos orgulha).
Artigo produzido por: Dr. Delano Almeida e Dr. Galvão
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